terça-feira, 3 de junho de 2014

Desordem



Desordem é sair do lugar comum
Dar a cara pra bater
... e arriscar levar um tapa
Casa toda bagunçada
por fora e por dentro
É me perder do meu centro (ou quase)
Sair e não me lembrar mais como é que eu entro
A porta já não é mais aquela
Por onde saí

Se a vida é pesada
E a alma é leve
Que eu encontre coragem
Pra dar o passo de cada dia
E quando estiver lambuzada de terra
O vento venha leve me visitar
Pra trazer lembranças de ar
E que o olhar possa sempre
No horizonte descansar

Desordem é o que acontece entre uma ordem e outra
É o que a vida faz quando se renova
É trabalho de parto
Reparto
renasço

É me sentir exposta.
Sim, pois existir mesmo, ocupar um lugar, um espaço
Isso tem um peso.
O peso da matéria.
O peso da gravidade.
É preciso esforço pra se ter movimento,
É preciso energia
Vontade e intenção
Ficar a flutuar
É só leveza
Que beleza, eu sei
Mas não há como realizar
No ar

Alma tem que aprender a ser pequena
Pra se fazer gente
E ter uma vida grande
Corpo tem que aprender a ser grande
Pra acomodar o infinito da alma
E aí quem sabe
dá pra se viver
Uma pequena grande vida

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