Desordem é
sair do lugar comum
Dar a cara
pra bater
... e
arriscar levar um tapa
Casa toda
bagunçada
por fora e
por dentro
É me perder
do meu centro (ou quase)
Sair e não
me lembrar mais como é que eu entro
A porta já
não é mais aquela
Por onde
saí
Se a vida é
pesada
E a alma é
leve
Que eu
encontre coragem
Pra dar o
passo de cada dia
E quando
estiver lambuzada de terra
O vento
venha leve me visitar
Pra trazer
lembranças de ar
E que o
olhar possa sempre
No
horizonte descansar
Desordem é
o que acontece entre uma ordem e outra
É o que a
vida faz quando se renova
É trabalho
de parto
Reparto
renasço
É me sentir
exposta.
Sim, pois
existir mesmo, ocupar um lugar, um espaço
Isso tem um
peso.
O peso da
matéria.
O peso da
gravidade.
É preciso
esforço pra se ter movimento,
É preciso
energia
Vontade e
intenção
Ficar a
flutuar
É só leveza
Que beleza,
eu sei
Mas não há
como realizar
No ar
Alma tem
que aprender a ser pequena
Pra se
fazer gente
E ter uma
vida grande
Corpo tem
que aprender a ser grande
Pra
acomodar o infinito da alma
E aí quem
sabe
dá pra se
viver
Uma pequena
grande vida
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