segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Quando Te Encontrei


Quando te encontrei
Você me levou
Pra um lugar tão meu
Cantinho esquecido do meu coração
Acendeu-se um lampião

Semente velha mas que não estava morta
(Semente de musica, semente de alma)
Voltei a regar
E nutrir e cuidar
E me botei a caminhar na estrada

E quando estou no mundo encarando a vida
Me pego às vezes desprotegida
Sutil e delicada, essa vida que brota
Começa a sufocar
Sem perceber

Frágil e enfraquecida peço por socorro
E bebo de mim em ti
(volto pra você pra voltar pra mim)

E na fuga de encarar o meu destino
Eu brinco de consertar o seu

Doce viagem estelar
Gravidade zero a flutuar
E o mundo lá embaixo a chamar:
“Cadê você? Cadê? Volta pra Terra”

Um dia teu silêncio me deixou
Com todas as cartas na mão
E sem ter como entregar
O jeito foi encarar o meu porão
Sujar os pés no barro
Da minha própria estrada
Aterrar
(no final, as cartas serviam também para mim)

Te agradeço
E por hora me despeço
Daquela viagem no ar
E te convido
A se encontrar comigo
Aqui no chão
De carne e osso
Cada um deixando a sua pegada
Na estrada
E vez ou outra se cruzarão
Em meio à luz e à escuridão
(E nem preciso dizer que estou por aqui
quando precisar)